Cabo de Santo Agostinho, PE – O julgamento do homem acusado de matar a esposa, Eudina de Oliveira Sobral, de 67 anos, a facadas, está marcado para a próxima segunda-feira (22) no Fórum Humberto da Costa Soares, às 9h. O caso, inicialmente adiado em fevereiro deste ano, volta ao tribunal após intensos apelos por justiça.
Histórico do Caso
Eudina foi vítima de feminicídio em 7 de março de 2019, no Centro do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. Durante 17 anos, ela sofreu um relacionamento abusivo, culminando em sua morte brutal dentro de sua própria casa. A comerciante, conhecida na região, foi encontrada morta pelo filho. O assassino tentou disfarçar o crime como um assalto.
Desafios Legais
O ex-companheiro de Eudina passou cinco anos preso, mas não foi a júri popular inicialmente devido à falta de provas suficientes, conforme alegou a Justiça. No entanto, novas perícias solicitadas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) permitiram que o julgamento fosse finalmente agendado. O acusado foi solto em 8 de março deste ano, antes da decisão do MPPE.
Luta por Justiça
Edjane Sobral, filha da vítima, tem sido uma voz ativa na busca por justiça. “Venho lutando por justiça pela minha mãe, que foi assassinada de maneira mais brutal possível na madrugada do dia 7 de março de 2019. Ela foi espancada, esfaqueada e estrangulada pelas próprias mãos do assassino com quem ela tinha um relacionamento de anos. É impossível descrever a dor e o horror que foi ver o corpo da minha mãe todo mutilado e deformado dessa maneira. É um trauma que nunca vamos superar,” desabafou Edjane.
Apoio de Instituições Feministas
Izabel Santos, coordenadora do Centro das Mulheres do Cabo (CMC), estará presente no julgamento junto com a equipe da instituição, que defende os direitos das meninas e mulheres há 40 anos no município. “Iremos cobrar justiça pela morte de Eudina que chocou o município do Cabo. É um absurdo e estarrecedor esse assassino estar solto, mas acreditamos que ele vai ser julgado e pagar pelo crime que atenta contra a vida de todas nós, pois o feminicídio é o crime mais cruel contra as mulheres,” disse Izabel.
Incidência de Feminicídios
O Cabo de Santo Agostinho registrou, de janeiro a junho deste ano, 17 assassinatos de mulheres, sendo dois casos classificados como feminicídio. Em 2023, a cidade registrou 12 mortes de mulheres, com quatro casos de feminicídio. Esses números sublinham a gravidade da violência contra a mulher na região.
Conclusão
O julgamento de segunda-feira representa uma esperança de justiça para a família de Eudina e para todas as vítimas de violência doméstica. O caso destaca a importância de uma resposta judicial eficaz e da mobilização social para combater o feminicídio e proteger as mulheres.