José Fernando Ferreira Santana, mais conhecido como Balotelli, será o responsável por colocar o município de Pesqueira, no agreste pernambucano, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O atleta do decatlo, a modalidade mais completa do atletismo, teve sua vaga confirmada pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) nesta quarta-feira (03).
O decatleta conseguiu a vaga via ranking da World Athletics, a federação internacional de atletismo. O pesqueirense é o melhor sul-americano da modalidade e foi medalha de prata no Pan-Americano do ano passado.
Origem e Trajetória
O apelido "Balotelli" veio da semelhança física com o jogador italiano de futebol. Nos campos, o Balotelli de Pesqueira atuava como zagueiro. O atleta teve a oportunidade de iniciar no atletismo ainda no colégio e logo mostrou seu talento.
“O professor da minha escola, André Carlos, foi o meu descobridor na modalidade. No início, eu comecei no lançamento de dardo, mas lesionei o braço e quis fazer alguma outra prova. Fui bem em três, aí surgiu o desafio do decatlo. Senti que poderia dar certo e virar referência aqui no Brasil”, relembrou Balotelli.
O Desafio do Decatlo
O decatlo consiste na soma de dez modalidades disputadas em dois dias: 100 metros rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e 400 metros rasos (1º dia); 110 metros com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1500 metros (2º dia).
“A gente decora dez provas diferentes e tem dez estratégias para cada uma. O difícil não é fazer a prova no dia, o mais complicado é treinar o decatlo, é uma rotina muito dura, praticar força, velocidade, arremesso”, explicou Balotelli.
Desafios Materiais e Patrocinadores
Outro problema enfrentado pelo atleta é em relação aos materiais de treino e prova. Cada modalidade necessita de um material diferente, entre calçados e instrumentos específicos.
“Temos um trabalho muito grande para levar nosso material. Então, temos que ter 14 pares de sapatilhas, dois pares de tênis, porque não dá para usar o mesmo material sempre”, começou Balotelli.
“A falta de patrocínio é mais uma dificuldade. Imaginem ter que comprar cada sapatilha no valor de R$ 800 a R$ 1,2 mil. As varas são um material muito caro também, custando entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. Tenho o patrocínio da Pescados Qualimar, que me acompanhou durante todo o ciclo olímpico e me ajudou a fazer isso tudo ser possível”, concluiu.
Expectativas para Paris 2024
Indo para sua primeira edição de Olimpíadas, Balotelli confessa ainda estar se acostumando com a ideia de ser um atleta olímpico. “O sentimento é de dever cumprido. Eu dediquei a minha vida nesse último ciclo olímpico para conseguir essa vaga. A ficha ainda não caiu que eu vou estar nos Jogos Olímpicos”.
No maior palco do esporte, ele sonha em atingir seu melhor desempenho na carreira. “A meta é bater a marca do recorde brasileiro e sul-americano (8.393 pontos). Agora é buscar fazer a minha melhor pontuação da vida e estarei no ambiente perfeito para isso”.
Com sua determinação e paixão pelo atletismo, Balotelli promete representar Pesqueira e o Brasil com garra e dedicação nas Olimpíadas de Paris 2024, levando orgulho para sua cidade e inspiração para todos os brasileiros.